domingo, 27 de setembro de 2009

Acerca desta noite

Meus caros,


bem sei que este blogue não se caracteriza por ser de opinião política mas penso não ter mal partilhar aqui un petit-peu do que eu penso que aconteceu nesta noite de eleições legislativas. Ouviram-se nos últimos anos, críticas e mal dizeres à forma de governação socrática. Diz que ele contribuiu para que o desemprego aumentasse, que é incompetente, demagogo...isto sem falar da ministra da educação do passado governo (ou do actual?).
O que eu penso -e posso estar redondamente enganada mais uma vez- é que esta maioria relativa conseguida pelos socialistas é uma maioria das famílias. E por que digo eu isto? Porque as pessoas que se opõem às medidas que constituem o programa eleitoral deste partido serão pessoas que pensam no TGV e no consequente aumento da dívida pública, na terceira ponte Lisboa - Porto, no casamento entre homossexuais (esta dá que pensar. E não, não estou a falar do meu suposto homofobismo). Não serão certamente as mães e pais que não aparecem e que não fazem ideia de quanto vai custar o Train Grand Vitesse, mas têm a certeza de que os seus filhos receberam mais apoios escolares nos últimos anos, quem têm um serviço nacional de saúde que satisfaz de uma maneira geral as necessidades, que pagam metade do preço pelos passes das crianças e que recebem mais apoio também a nível de segurança social. Por isso penso que esta seja uma vitória dada principalmente pelas famílias e as famílias são o povo português que ainda representa a maioria, não absoluta, mas a maioria.

Então e onde andam os sindicatos que indignados andavam com o governo? Terão votado no Bloco? Ou farão parte dos que são cada vez mais a pensar como Paulo Portas?
Apesar da minha teoria "familiar", gostava muito de saber onde o pessoal que tanto esperneou, protestou e disse mal nos últimos quatro anos..
Dos partidos pequenos, não me parece que algum tivesse já estaleca para ser uma força política capaz de ameaçar o número de deputados dos grandes, mas a verdade é que o PNR conseguiu 2% dos votos em alguns distritos [medo].
Era isso que eu queria partilhar.
Errata: onde se lê 'ponte' deve ler-se 'auto-estrada'.

4 comentários:

Lu disse...

Voto das famílias...

Tenho pena que as famílias se tenham esquecido da elevadíssima carga fiscal a que foram sujeitas estes últimos quatro anos, cujo dinheiro, supostamente, seria para diminuir o défice que este ano, segundo notícias, irá atingir uns impressionantes 9%. Esforço em vão?;

Tenho pena que as famílias se tenham esquecido do desemprego que neste momento está a assolar o país (sim, existe uma crise mundial e não, não sei se os outros partidos teriam feito muito melhor);

Apesar dos seus filhos agora terem computadores e andarem todos de Magalhães na mão, tenho pena que as famílias se tenham esquecido de um governo que não só não respeitou como descredibilizou aquilo que, insisto em acreditar, ser um dos pilares da sociedade: a educação;

Tenho pena que as famílias se tenham esquecido que não existe apenas Lisboa e Porto e que sem uma política que pretenda desenvolver TODO o país não vamos longe;

Tenho pena que as famílias se tenham esquecido que quando se reformarem provavelmente não terão nada à sua espera (contas e mais contas estranhas que a minha inteligência não consegue alcançar);

Tenho pena que as famílias se tenham esquecido que durante quatro anos tiveram um governo e principalmente um líder político democrático déspota (a palavra é forte mas é mesmo assim);

Tenho pena que as famílias se tenham esquecido que durante quatro anos tiveram um governo envolto em escândalos e que, não sendo eu uma pessoa que julga as pessoas, também não mostrou trabalho suficiente para que esses mesmo escândalos fossem esquecidos (mas o povo "esqueceu", será que sou eu que ando a ver mal?);

Tenho pena que as famílias se tenham esquecido dos estudantes do ensino superior e dos que já sendo licenciados, não têm emprego e, a ser esse o caso, não conseguem ser empreendedores sem ter de passar por uma burocracia que mete nojo! (simplex my ass!);

Tenho pena que as famílias não saibam quanto vai custar o TGV, o aeroporto e a terceira travessia do Tejo, porque serão elas a pagá-los (mas aí elas também terão pena e o sentimento de revolta voltará - para de seguida ser novamente esquecido...)

No entanto, não digo que tudo tenha sido mau... Seria injusto dizer isso. Este governo pautou-se pela inovação tecnológica e isso, quer se queira quer não, no mundo em que vivemos, é algo extremamente importante.

Ainda bem que não obtiveram maioria absoluta. Ainda bem que agora apesar de ser o mesmo déspota, vamos ter um líder que será obrigado a fazer muitas concessões.
Agora é esperar para ver... É esperar para ver que tipo de governação irá cair sobre o nosso país e é esperar para ver o trabalho da oposição portuguesa (que, pelo menos da minha parte será alvo de um grande escrutínio).

Tenho pena de muitas mais coisas mas o comment já vai grande o suficiente e sei que não vão ler metade e vão saltar logo para o final (era isso que eu faria! LOL)

N. disse...

Só uma coisa: Ai as acções!onde estão elas?por onde andaram?por onde andam?como assim "acções"?
Nas campanhas verifiquei que muitas delas apenas se tratavam de "ataques pessoais" aos opositores, verifiquei que muitas delas menosprezavam o verdadeiro dever politico e apreciavam a fome de poder, a fome de ganhar por demerito do outro, a fome de um tacho de 4 anos..
No entanto,o resultado pareceu-me justo; gostei das percentagens de voto que cada partido conseguiu; com elas poderemos testar qual o cerne que faz mover os partidos políticos portugueses nestas nossas contemporaneidades(novas a cada dia) . Agora quero ver as acções que ainda não vi.Ah! espera, ainda faltam as autárquicas..

Votos das familias? é certo que as familias portuguesas, nao "semelhantis" ao resto dos povos, só se lembram dos aspectos positivos, só se lembram onde ganharam e desvalorizam o que perderam.
Contudo, tenho que fé de que estas vitorias coxas que todos os partidos alegam, tenham proveito num objectivo maior: Portugal,
será?

E o problema que consiste na descredibilização da actividade politica em Portugal? o governo não há-de ser o único responsável.

A questão é: o "governo dos Homens" e/ou a "administração das Coisas" ?


P.S.:gostos bué destes posts , percebes!?

Laranjinha disse...

Capitolina, tenho a dizer que li o teu post até ao fim. Palavra por palavra :D

Acho que não tenho muito mais a acrecentar ao que foi dito. Eu que não ligo nada á politica fiquei um bocado "triste" com o partido vecedor mas, tenho fé que a sua maioria relativa sirva para alguma coisa, e que os acordos que o PS venha a fazer sirvam para tirar o país do fosso (estarei demadiado crente? lol)

Enfim,
Viva nós que teremos que viver com isto tudo!

Rascunhos disse...

Em primeiro lugar penso que deve aqui ser dito que o blogue se presta a tudo o que nós quisermos. Tudo o que fazemos é bom, portanto não há mal. =P

Também queria referir que li tudo até ao fim e que costumo fazê-lo. Ainda para mais se são estes assuntos interessantes.

Dizer que o voto foi das famílias ia transtornar imenso o meu pai. Sei bem que ele procura o partido que traz medidas mais justas para a sua família e trabalho e foi precisamente com o último governo PS que ele se chateou grandemente.Mas é claro, a regra precisa da excepção. E se houve maioria, mesmo que relativa, alguém teve de a dar.

Não fiquei satisfeita com o resultado. Mas não tinha como ficar. Poucas hipóteses seriam menos más que isto, deduzo.

Para terminar, deixem-me dizer-vos que a vossa opinião é muito fraquinha, devíamos era de pedir ao rapaz contra os comentadores, o Comentador Ivo, para nos dar umas luzes.